Publicado em 11 de Janeiro de 2024
Nós podemos mudar essa realidade!
A poluição nos oceanos é um dos grandes problemas ambientais dos dias de hoje. As águas, que compõem 70% do planeta, estão cheias de compostos líquidos, pastosos ou sólidos que contaminam os mares. Sacolas plásticas, copos de isopor, garrafas PET, latas, papel, madeira e vidro compõem o lixo marinho, que ameaça uma série de espécies. As estatísticas confirmam. Cerca de 90% das aves marinhas já comeram plástico uma vez na vida. Até 2050, haverá mais plásticos nos oceanos do que peixes. Na Amazônia, montanhas de lixo surgem no meio da mata.
Segundo o professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), Alexander Turra, “80% do lixo que está nos oceanos vêm de fontes terrestres, mais precisamente da atividade humana, e 20% são provenientes de atividades realizadas no mar, como a pesca e transportes marítimos. A ingestão de resíduos plásticos provoca a perfuração do tubo digestivo dos animais podendo levar à morte. Aqueles que concentram muitas partículas de microplásticos no seu interior ficam com uma sensação falsa de saciedade e não se alimentam adequadamente. Assim, eles perdem energia, capacidade de locomoção, de crescimento e reprodução, gerando seu desfiamento”, explica o professor.
Outra grave consequência, alerta Turra, é quando esses animais, assim como alguns vírus e bactérias, são levados para longe por esses resíduos presentes em grande concentração na água, causando desequilíbrios ecológicos. É o que ele chama de “carona” ou “dispersão”. O emaranhamento faz a lista de problemas crescer.
“As redes de pescas perdidas no ambiente marinho afetam o meio. Esse aprisionamento de animais marinhos em petrechos de pesca abandonados, perdidos ou descartados é um fenômeno conhecido como ‘pesca fantasma’. Ela provoca a morte da fauna local e gera impacto tanto para a biodiversidade quanto para os próprios recursos pesqueiros”, explica o especialista.